Peixes usam consenso para escolher líderes



Segundo um estudo publicado na revista "Current Biology", os peixes espinhosos esgana
gato (Gasterosteus aculeatus) escolhem seus líderes por consenso. A lógica é simples, populações de peixes que fizerem a melhor escolha - escolhe o melhor líder -obterá o máximo de benefício. Esses benefícios podem ser traduzidos na sobrevivência, bem como na probabilidade de reprodução dos indivíduos. Os autores do trabalho inferem que o consenso é obtido quando alguns peixes elegem primeiro os indivíduos que consideram que serão os melhores líderes e o resto acompanha o grupo maior de seguidores.




Quem são os escolhidos?

Características fenotípicas como, por exemplo, peso, tamanho, tonalidade ou presença de mancha na pele podem ser indicadores fiéis, responsáveis pelas tomadas de decisões.

Enquanto um peixe graúdo e gordo poderia indicar que ele não tem problemas para conseguir alimento, escamas com manchas poderia ser sinal de susceptibilidade e contato com agentes patogênicos.

A experiência proposta pelos autores do trabalho consistiu em ver o que faziam um, dois, quatro ou oito peixes quando tinham de escolher entre dois peixes iguais, mas com alguma característica que tornasse um deles mais atraente (maior tamanho, peso, etc.)

Os pesquisadores concluíram que, quanto mais peixes decidem, maior é a probabilidade de a tomada de decisão ser mais bem sucedida. Na maioria dos testes realizados, todos ou quase todos os indivíduos seguiam o líder mais atrativo, porém também houve casos em que todos ou quase todos erraram, explicam os autores.

O artigo, além de mostrar que o processo concensual é mais comum do que imaginamos, nos mostra como o esgana-gato acessa informações dos seus co-específicos e as processa de modo a ter o máximo benefício.


Referência:

Sumpter et al. Consensus Decision Making by Fish. Current Biology, 18, 1773–1777


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